A construção da agenda do governador Jorginho Mello (PL), que estará em Caçador na semana que vem, é um retrato do atual momento político local. Sua elaboração passa pelas principais figuras políticas e institucionais, amarrando todos os interesses estratégicos da cidade. Um trabalho de união, deixando de lado egos e interesses individuais.
O deputado federal, Valdir Cobalchini (MDB) – que já exercia esse papel em outros governos muito da posição que ocupava à época como deputado estadual – articulou em Florianópolis os principais detalhes e entregas. Igualmente atuou o prefeito Alencar Mendes (PL) que se favorece do fato de pertencer ao mesmo partido do governador e usa isso a favor da cidade.
Entidades representativas como a Acic, Uniarp, a direção do Hospital Maice e Fiesc também participam ativamente dos debates. São ouvidas, fazem apontamentos e colaboram para que a cidade tire o maior proveito da passagem do chefe do Executivo pela cidade. O foco é um só: Caçador.
Entidades disparam convite
O próprio convite para o evento, que está sendo disparado pela Acic, a partir da tarde desta quinta-feira (11), mostra bem a união na cidade. “A Acic, Uniarp e a Fiesc, com apoio do prefeito Municipal Alencar Mendes e do deputado federal, Valdir Cobalchini convidam”, diz a mensagem. O presidente da Acic, José Tombini explica que a agenda está bem encaminhada. “Estamos alinhando com a Casa Militar”, frisa.
A primeira parte da agenda de Jorginho tem como foco ações com envolvimento das entidades. Ao chegar em Caçador o governador participa de jantar e reunião no Restaurante Di Fratelli, às 19 horas de quinta-feira (18), que terá como tema principal a Rodovia do Contestado. As entidades também promovem a coletiva de imprensa seguida de reunião com autoridades às 8h30min de sexta (19), no auditório da Reitoria da Uniarp. Neste momento o foco será a apresentação do projeto de ampliação e modernização do Hospital Maicé e do projeto Palácio da Indústria da Madeira.
Além das pautas patrocinadas pelas entidades empresariais, o governador também terá na agenda atos envolvendo a prefeitura de Caçador e de autoria do próprio Governo do Estado, como é o caso da entrega da ordem de serviço para o início da pavimentação da Estrada da Paca, ligando Matos Costa à BR-153. Sobre esse último ítem o ato será realizado em um almoço, em Matos Costa, na sexta (19). O governador também deverá destravar ações de melhorias do trecho urbano da SC-350, em Caçador, além de outras medidas.
Nesses dois dias serão desenhadas grandes ações para a Caçador de amanhã. É momento de celebrar, mas também de cobrar!

À disposição
O vereador Rubiano Schmitz (PP) está decidido a oferecer seu nome para que Caçador tenha uma opção local na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa em 2026. Em recente entrevista ao jornalista Tôni Correia ele disse que, apesar de turbulências e queda de braço com o vice-prefeito Itacir Fiorese, o Fically, fica no partido e caso, seja uma decisão partidária, está disposto a concorrer.
Federação
A verdade é que o PP estava se preparando para ter nomes na região de Caçador para disputar tanto a deputado estadual quanto a federal. O nome de Rubiano foi posto à mesa. O problema é que com o avanço da Federação União Progressista (entre PP e União Brasil) a conta muda. Se o partido tinha um número X de vagas de pré-candidatos, terá agora apenas a metade, uma vez que a chapa será formada em conjunto com o UB. De qualquer forma o nome do vereador está vivo no xadrez político de 2026.
Dúvidas sobre Saulo
Na mesma entrevista à Toni Correia o vereador Rubiano Schmitz, que é um brilhante advogado e profundo conhecedor do aspecto jurídico nas questões públicas e eleitorais, disse que não acredita que o ex-prefeito Saulo Sperotto (PSDB) está apto a ser candidato no ano que vem por pendências na Justiça.
Saulo ainda responde por diversos processos e na visão do advogado Rubiano, uma decisão em especial o tornará inelegível no ano que vem. Se isso acontecer não será a primeira vez. Saulo já concorreu a deputado federal com o nome inelegível, inclusive seus votos sequer foram computados.
O cenário conturbado pode tornar improvável uma candidatura do tucano. De qualquer forma, a escolha política de mudar o PSDB pelo PL para disputar já tornaria a empreitada dificílima. O partido do governador exige uma quantidade de votos bem alta para quem deseja se eleger.
Um nome
O fato é que Caçador precisa ter um candidato com viabilidade de eleição. O município sofreu e ainda sofre a falta de representatividade desde que Valdir Cobalchini trocou Florianópolis por Brasília. Se Saulo não tem viabilidade jurídica e eleitoral, outro nome precisa ser trabalhado com urgência. Falta um ano para a eleição a a pré-campanha já está a todo vapor.
Dinheiro jogado fora
O vereador Alcedir Ferlin, o Lilo, do MDB fez, recentemente, um profundo comentário sobre a quantidade de valores que a prefeitura de Caçador está desembolsando a partir da decisão do ex-prefeito Saulo Sperotto de tirar a Rodoviária Municipal de sua sede própria, no centro da cidade e a alocar em um imóvel alugado, na entrada de Caçador, a margem da SC-350, saída para Lebon Régis.
O vereador lembrou que o ex-prefeito teve a feliz ideia de implantar um Mercado Público no prédio da antiga Rodoviária em 2020 e licitou as obras para requalificação do espaço ao valor de R$ 700 mil. Porém, veio a pandemia e a empresa que venceu o certame não conseguiu dar prosseguimento aos trabalhos por esse valor.
Assim, foi feita uma nova licitação ao valor de R$ 3 milhões. As obras estão em andamento até os dias atuais, ainda sem um prazo certo para o início das atividades do sonhado Mercado Público ao lado do Parque Central de Caçador.
Dinheiro jogado fora (II)
Enquanto as obras para o Mercado Público estão em andamento, a Rodoviária agora está sem casa. De acordo com o vereador Alcedir Ferlin, o município paga atualmente em torno de R$ 204 mil somente em aluguéis para uso do prédio na saída para Lebon Régis. “São mais de um milhão já nesses cinco anos”, pondera o vereador.
Ele lembra que quando a prefeitura tomou posse do prédio alugado que sedia atualmente a Rodoviária, investiu significativos valores em um imóvel que nem é dela, para “adequá-lo” com o objetivo de sediar outros departamentos do poder público. “É muito dinheiro jogado fora, quando a administração deveria zelar pelo dinheiro público que é de todos nós”, argumenta.